Partidas da memória I
Quando a papeira assolou o pescoço.
Quando a parelha foi posta sobre a cabeça.
Não queria ter que levar o carro de bois comigo mas por momentos tive medo que aquele inchaço fosse o primeiro passo para a metamorfose.
Que fiz eu para me tornar um boi?
A reza ecoava entre três cuspidelas em bocados de carvão.
“Bicho, bichão.
Aranha, aranhão.”
“Scope, scope.”
Ainda bem que a reza funcionou. Deus assim quis.
Foi enquanto o sal se atirava para trás
Em direcção ao rio.
O nevoeiro subia e levava com ele as aftas.
Sem comentários:
Enviar um comentário