Os ossos de quem tem fome
Tremem como varas verdes,
Tremem como quem tem frio.
Oscilam no tecido,
Fazem barulhos,
Chocalham,
Estalam.
Os olhos de quem tem fome
Fecham sem querer abrir,
Fecham para não abrir.
As bengalas levam os corpos de quem tem fome, os seus
pelos, a sua pele, os seus ossos. Os osssos de quem tem fome descem das torres
para nunca as conseguirem subir.
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